Rir pra não chorar

Uma comédia nada romântica

Escrito por Mayara Godoy

A vida real pode ser bem diferente dos filmes de comédia romântica. Às vezes, só sobra a comédia mesmo.

Re-encontrar amigas com quem não converso há muito tempo é sempre gratificante. A gente tenta, sem sucesso, colocar todos os assuntos dos últimos meses em dia, e sempre falha miseravelmente. Mas, um tópico que nunca fica de fora são os relacionamentos.

Minhas amigas, em sua maioria casadas, sempre esperam que uma solteirona “solteira convicta” como eu tenha uma vida sexual amorosa agitadíssima e cheia de boas histórias. E este é o momento em que eu decepciono a torcida toda vez.

Ao contrário do que muita gente pensa, a vida de solteiro não é só badalação, pegação, vários contatinhos e rodízio de crushes. Muitas vezes, é só comer pizza sozinha vendo Netflix no sábado à noite mesmo. Mas, de vez em quando, até surge alguém, rola uma paquera, que geralmente não dá em nada – mas pelo menos rende boas risadas no bar depois.

Eu já perdi as contas de quantas decepções amorosas acumulei ao longo desses últimos anos, mas algumas são tão emblemáticas que merecem destaque. Como o caso do rapaz que me cortejou por um bom tempo e depois me disse que não iria ficar comigo porque estava levando uma “vida monástica” até “encontrar a mulher certa” para ele. Ou o caso do moço com quem eu estava saindo e que falou que não queria marcar o próximo encontro, pois era melhor “deixar para o acaso”.

“ué…”

Isso tudo sem mencionar os incontáveis causos de recém-separados que dizem que não querem um relacionamento tão cedo, e aparecem namorando outra uma semana depois. Ou, aquele outro clássico do homem médio: parar de responder, sumir, e depois se fazer de desentendido. Seria trágico se não fosse cômico.

Não, você não leu errado: pra mim, essas histórias são mais cômicas do que trágicas mesmo. Com o tempo, você aprende que peguetes vêm e vão, e que por mais que você fique na fossa um tempinho, ter amigas com quem conversar, beber e rir disso tudo acaba tornando as decepções mais fáceis de lidar. E percebe que, na vida real, ao contrário das comédias românticas, nem sempre existe um final feliz, mas só cabe a você decidir se a história da sua vida será um drama ou uma comédia. A minha é uma comédia.

Sobre o autor

Mayara Godoy

Palestrante de boteco. Internauta estressada. Blogueira frustrada. Sarcástica compulsiva. Corintiana (maloqueira) sofredora. Capricorniana com ascendente em Murphy. Síndrome de Professor Pasquale. Paciente como o Seo Saraiva. Estudiosa de cultura inútil. Internet junkie. Uma lady, só que não. Boca-suja incorrigível. Colunista de opiniões aleatórias. Especialista em nada com coisa nenhuma.