Rir pra não chorar

Era uma vez uma vela…

Escrito por Bruno Zanette

Uma festa de aniversário marcada por um acontecimento inusitado.

Crianças que nascem na metade de dezembro até o mês inteiro de janeiro “sofrem” com uma situação na escola de nunca poderem ter uma festa de aniversário com os colegas de classe. Não era o meu caso, nascido em maio, quase no final do primeiro semestre, metade do ano letivo.

Minha primeira festinha de aniversário que me lembro, foi aos seis anos, na Pré-Escola Aquarela. O grupo de ensino existe até hoje, apesar de que o endereço já mudou algumas vezes e não está mais no mesmo local onde estudei.

Mesmo com minha mãe trabalhando fora, junto com o meu pai na loja de materiais esportivos, ela tirou aquela tarde para levar os salgadinhos, docinhos e o bolo que preparou. Bolo do Senninha, personagem criado pela empresa de Ayrton Senna para ajudar na divulgação da marca. A vela, uma pequena do He-Man. Achava aquela vela melhor que muito presente.

Alunos de todas as turmas, que não eram muitas, umas três ou quatro (a escola era pequena) foram cantar os parabéns no salão improvisado na área de entrada onde por muitos recreios eu e meus amigos brincávamos de corrida de pneus, com os vários modelos coloridos que disponibilizavam para a gente.

Mas, eu continuava encantado pela vela do He-Man. Começou o desembrulhar dos pacotes de presentes, fotografias e brincadeiras. Para não atrapalhar, coloquei a pequena vela no bolso de trás. Olha as ideias!

Em uma das poses para fotografias com os amigos, fui me sentar, esquecendo completamente do que havia acabado de guardar no bolso de trás. Não me julguem, eu tinha apenas completado seis anos! Tá, bom. Podem me julgar…

Senti na hora a vela se quebrando e me refrescando a memória sobre o que eu tinha guardado ali. É engraçado, porque a foto registrou no momento exato minha cara de surpresa e desapontamento. E, lembrem-se, não havia máquinas digitais de fotografia em 1995.

Como frustração de criança dura pouco, rapidamente esqueci o ocorrido e voltei a aproveitar a festinha. Afinal de contas, a vida naquela época estava apenas começando e, certamente haveria tristezas e frustrações muito piores pela frente.

Sobre o autor

Bruno Zanette

Jornalista nascido e formado em Foz do Iguaçu-PR. Adora falar e contar histórias, por isso o rádio foi veículo onde mais trabalhou. Mas é na escrita onde costuma se expressar melhor. Gosta de um bom rock, livros, filmes e esportes (assiste bem mais do que pratica). Torce e sofre pelo Grêmio, não exatamente nessa ordem. Apesar de bem-humorado, gosta de piadas de humor bem duvidoso, e acha que a melhor maneira de rir é de si mesmo. Por isso, acredita que a própria vida poderá servir de inspiração para boas crônicas e contos. E tudo o mais que vier na telha para escrever.

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