Murphy Days Rir pra não chorar

Guerra aos insetos

Escrito por Bruno Zanette

Mosquitos e moscas são seres irritantes que podem até ter serventia na natureza, mas sua principal função é incomodar a vida dos humanos.

O dia foi cansativo. Finalmente chegou a hora de apagar as luzes do quarto, tentar dormir e descansar um pouco. Coloco a cabeça no travesseiro, fecho os olhos e, nem um minuto depois, começa aquele zumbido irritante.

Sim, o indesejado mosquito surge para infernizar a vida do pobre vivente que não tem um minuto de paz. A primeira atitude é ligar a luz e tentar achar o inseto. Mas, logicamente que com seu instinto mosquitício (acabei de inventar essa palavra), ele logo percebe o risco que corre e some, inexplicavelmente.

Sei que ainda está respirando o mesmo ar que eu, pois, com o silêncio do horário é possível ouvir seu movimento. Após umas tentativas frustradas, acabo ligando o ar-condicionado, coloco uma coberta e, com o barulho do aparelho, tento esquecer que por ali há um ser tão pequeno, capaz de incomodar tanta gente. Por isso é sempre bom ter por perto aqueles sprays para matar insetos. Tentar acabar com eles com as próprias mãos é uma tarefa difícil.

Outro problema são as moscas. Essas são bem mais nojentas, apesar de serem mais fáceis de matar pelo tamanho. A única importância delas no planeta é que ajudam na decomposição de resíduos orgânicos. Acaba aí, porque de resto podem até trazer doenças.

Não moro tão afastado da cidade, apesar de o local ser considerado área rural. Uma propriedade de família, que passou de gerações, desde os meus avós maternos. Há uma pequena quantidade de bovinos e ovinos. No português compreensível, bois, vacas e ovelhas que pastam em amplo terreno a céu aberto. Eles não são a única causa do surgimento de tantas moscas.

Um vizinho (sempre eles), por vezes inventa de querer criar porco, e nem sempre segue os devidos cuidados sanitários e de higiene. Some-se a isso outras questões e temos um aumento considerável de moscas em casa. Elas surgem especialmente perto do horário do almoço, pois à noite parecem também descansar. E elas são curiosas: quanto mais morrem, a impressão é que dobra o número delas. Talvez atraídas para uma última despedida das colegas.

E, por alguns minutos, eu me transformo no “Exterminador de Moscas”, segurando de maneira imponente a minha raquete de plástico. Já tive daquelas elétricas, compradas no Paraguai, mas estragam fácil. Embora seja agradável ouvir o barulho do choque das “bichinhas”.

E perder para uma mosca ou mosquito, seja qualquer tipo de perda – do sono ou da paciência – é apenas mais uma derrota nesse eterno ano de 2020, cheio de tantas derrotas pessoais.

Sobre o autor

Bruno Zanette

Jornalista nascido e formado em Foz do Iguaçu-PR. Adora falar e contar histórias, por isso o rádio foi veículo onde mais trabalhou. Mas é na escrita onde costuma se expressar melhor. Gosta de um bom rock, livros, filmes e esportes (assiste bem mais do que pratica). Torce e sofre pelo Grêmio, não exatamente nessa ordem. Apesar de bem-humorado, gosta de piadas de humor bem duvidoso, e acha que a melhor maneira de rir é de si mesmo. Por isso, acredita que a própria vida poderá servir de inspiração para boas crônicas e contos. E tudo o mais que vier na telha para escrever.

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