Relatório de Evidências Sem meias palavras

Iluminismo musical

Escrito por Nathalia Karl

Nunca, na história da minha humanidade, uma década foi tão musicalmente relevante como os anos 90. O mimimi não tinha voz, já que estava se deliciando na banheira do Gugu ao som de umba-umba-umbaê.

Nunca, na história da minha humanidade, uma década foi tão musicalmente relevante como os anos 90. Muito didididiê, muito undererê, muita segurada de tchan e muito tiro certo no meu coração – e no de vocês também, tenho certeza. Foram tempos de exultações e qualidade de vida, pois foi um período em que o mimimi não tinha voz, não tinha vez, já que estava se deliciando na banheira do Gugu ao som de umba-umba-umbaê.

É nosso dever moral e cívico, dentro de nossas possibilidades, seja no almoço de domingo ou naquele encontro entre amigos, quiçá, dentro do carro e nos fones de ouvido nas filas da vida, resgatar esses velhos momentos e valores, incluindo o pornô soft do concurso Camiseta Molhada do Sabadão Sertanejo. Quem teve a honra de viver os apoteóticos anos 90 sabe do que eu estou falando e do tamanho desse saudosismo que me invade. Notem que, inclusive, não existia o temor de Caco Antibes ser enquadrado nos ditames da lei por seu “Cala boca, Magda”, pois era algo que transcendia a chatice da crítica atual.

Foram boas estações, uma tremenda ode à alegria e ao bom viver, sem neurose, sem apatia. A vida até parecia mais leve, mais irreverente e, certamente, as pessoas mais bem aventuradas, felizes e edificantes.
Aliás, deixo aqui um pedido em tom de súplica para essa geração 2000: Parem de ser tão chatos. Falo com carinho, beijos.

Sobre o autor

Nathalia Karl

Nathália é uma vítima de suas próprias frases mal alinhavadas que lhe rendem um retrato falado que não corresponde a realidade.
Está lançado o desafio: Se não gostarem, processem-me.