Eu nasci indignada. Da violência obstétrica sofrida pela minha mãe quando vim ao mundo, à revolta com balas perdidas que ceifam vidas negras no Rio de Janeiro. A indignação me persegue como um leopardo que fareja uma lebre ferida. E quando ela me alcança… é difícil me esquivar.
Eu fico indignada com as pessoas no trânsito. Fala sério: é muito bom estar no caminho pra casa após o trabalho, ver um carro dando seta e antecipar a sua próxima manobra. Não é delicioso quando você consegue se orientar pela seta alheia? Então, por que diabos alguém não daria seta também? Qual a dificuldade em acionar esse pequeno mecanismo que serve para agilizar a vida de todos? Será que tem carro que vem sem? Ou será que o egoísmo social é tão sindrômico que a pessoa nem tem noção de que precisa usar a porra da seta? Nunca vou entender! Dar seta para direita ou esquerda não define bem ou mal, casar ou comprar bicicleta, ideologia política ou com quem você vai se relacionar. Pode dar sem medo!
E, por falar nisso, outra coisa que me indigna é a necessidade de certas pessoas de se meterem na vida amorosa dos outros. “Eu não tenho nada contra, só não quero isso perto de mim/na frente do meu filho” é uma das frases mais escrotas que pode sair da boca de alguém. Ninguém perguntou a sua opinião, amado(a). E, se perguntou, ninguém quer saber da sua fragilidade em aceitar a felicidade de outrem e a necessidade de querer que tudo seja como você acha que tem que ser. Eu tento, eu juro que tento não me exaltar, mas é impossível! Se você é cristã(o), lembra que Deus deu uma vida pra cada um… e é pra cada um cuidar da sua!
E, por falar nisso, como é difícil conviver com pessoas que não entendem o significado da palavra “condomínio”. Tem gente que muda para um prédio onde moram mais 400 pessoas e não entende que não mora sozinho. Que ali existe um regimento com regras para serem seguidas e que não surgiram à toa. Deixa uma galera solta numa construção verticalizada sem nenhuma lei. É a babilônia em chamas, irmã(o)! Se você mora em um condomínio, seja ele qual for, é sua obrigação lidar com a sua sujeira, com o seu barulho, com a sua garagem. Eu fico possessa com vizinho que paga de foda mas não tem a capacidade de separar o lixo e levá-lo corretamente para a lixeira. Eu fico p*#& da vida!
E, por falar nisso, eu poderia ficar horas falando sobre tanta coisa que me indigna, mas não sei até que ponto você me aguentaria. Talvez porque você também fique indignada(o) comigo, ou pelas mesmas coisas que eu, ou talvez porque você perceba que está em alguma das indignações e se ofenda. O fato é que somos todos errantes e pra viver bem em sociedade é importante ter mais empatia e buscar evoluir. Então, se você não dá seta, é homofóbico ou não sabe viver em comunidade, meu recado pra você é um bordão dos mais jovens perfeito para este momento:
– Apenas melhore!
Gente, você é ótima! Eu também nasci p*#& da vida com gente que não sabe o significado de “não julgue”. Dá pra escrever um texto todo só sobre isso, né?! 😉
Pois é, Aline! Acho que todos esses assuntos renderiam outros textos, rs. O lance do julgar, pra mim, é a dificuldade de se colocar no lugar do outro e por esse mesmo motivo as pessoas fazem as coisas que eu listei aqui e que me deixa p*#&! Muito obrigada pela leitura! :*
Letícia, talvez vc só esteja precisando de uma palavra positiva: http://cronicasdecategoria.com/2019/09/24/o-poder-da-palavra/
Pois é, Murilo! Acho que tenho muito a aprender com Bruno Leo, mas é aquilo…eu fico p*#& da vida com palavras poderosas também! rsrs