Se tem algo revolucionário nessa vida é aprender a dizer não. Uma simples palavra, três letras: não. Um advérbio poderoso, capaz de solucionar problemas, reverter escolhas, impedir besteiras, garantir sossego, entre muitas outras coisas com as quais precisamos lidar, cotidianamente, até o fim dos dias.
Me lembro de como era difícil, pra mim, dizer não para alguém. Um misto de culpa e ansiedade, que me fez carregar fardos quase insustentáveis, dos mais variados possíveis, apenas para não desapontar outrem. Foi preciso um bom tanto de terapia, com a maturidade que só o tempo traz e um bocado de coragem para começar a exercitar esse novo poder. E quando comecei, não consegui mais parar.
Não vou. Não quero. Não insista. Não preciso. Não vale a pena. Não é necessário. Não, obrigada. Não. Não é não!
Acredite, é libertador. Aprender a dizer não me salvou de momentos indesejáveis, de situações que me faziam mal, de gente folgada, de dores de cabeça desnecessárias. É muito mais do que, simplesmente, ir contra a algo. É ser a favor dos seus sentimentos e desejos e não às expectativas dos outros.
É claro que você não precisa falar não para tudo e todos, a todo momento. É apenas compreender que não é covardia não ir naquele evento mega badalado se você não está tendo um bom dia; ou que você não precisa conversar com aquela pessoa que sempre fala alguma coisa que te deixa mal; ou que você não precisa aceitar aquela proposta que você sabe que vai te consumir imensamente só para manter a ideia de super produtividade, etc.
Dizer não para pessoas e situações que você sabe que te prejudicam ou vão te afetar negativamente de alguma forma é uma benção. É um presente a si mesmo e à pessoa que você está se tornando.
Por isso, sempre que eu posso aconselhar alguém – imperfeita que sou, com tanto a aprender e a melhorar – eu nem penso duas vezes:
Você já aprendeu a dizer não?
[…] Tudo isso pelo fato de não saber ou não conseguir dizer uma palavra simples, de apenas três letras, chamada “não“. […]