Em tempos de distanciamento social, devido à pandemia do novo coronavírus, eventos com aglomerações de pessoas foram todos adiados ou cancelados e, certamente serão os últimos a serem liberados a voltar, quando a situação estiver um pouco mais controlada.
Diante disso, só me resta lembrar de alguns shows a que fui, de bandas que nunca me passaram pela cabeça um dia poder ver de perto. O primeiro grande show não poderia ser de outro senão do Iron Maiden, no distante dia 4 de março de 2008, na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba. Eu com 18 para 19 anos, no segundo ano da faculdade de Jornalismo, viajando “sozinho” pela primeira vez para ver uma apresentação de rock. As lembranças daquela viagem de ônibus até a capital paranaense são as melhores possíveis. E do espetáculo em si, também. A banda de Laurren Harris, filha do baixista do Iron, Steve Harris, foi quem abriu o espetáculo. E depois veio o que todos esperavam, a Donzela de Ferro na melhor forma, tocando músicas de sua melhor fase, a década de 1980. Aquilo foi sensacional.
Um ano depois, na mesma Curitiba, fui contemplado com um dos últimos shows do Oasis. E nem conhecia direito a banda. Como fui parar nesse show? Digamos que eu estivesse no lugar certo e na hora certa, em um novo estágio, onde uma das empresas do chefe promoveu a excursão para o local do evento e acabei ganhando passagem e ingresso, com a condição de escrever dois textos, um sobre o show e outro sobre a cidade de Curitiba. Nada mau. E lá fui eu viver meu dia de Quase Famosos, filme que recomendo muito, aliás. Além de Oasis, antes teve a banda gaúcha Cachorro Grande. A apresentação foi no estacionamento do Expotrade.
Vamos avançar um pouco mais, em 2013, quando vi pela terceira vez o Iron (havia assistido a segunda em 2011, novamente em Curitiba), e desta vez foi em Assunção, capital do Paraguai. Mais perto de quem mora em Foz do Iguaçu e mais barato também, sem os impostos brasileiros. Além do Iron, tocaram aquela noite Slayer e Ghost. Algumas semanas depois voei para São Paulo, no consagradado Monsters of Rock, onde pude ver duas das maiores bandas clássicas, Whitesnake e Aerosmith. Pude ficar muito perto da passarela do palco, sensação única.
Meu último grande show internacional foi no Rock in Rio 2017, duas grandes noites. A primeira com Alice Cooper, Def Leppard e novamente Aerosmith. A segunda teve The Who e Guns N’ Roses com três integrantes originais, entre eles o guitarrista Slash.
Em 2019 fui a vários shows de bandas nacionais e alguns covers que também valeram e muito a pena. Entram na lista Paralamas do Sucesso, Titãs, Skank, Ira! na versão folk, entre outras. Já agora em 2020, era para eu ver o Kiss pela primeira vez, mas a covid-19 me impediu. Já tinha pagado o pacote com passagem e ingresso de novo em Assunção, no Paraguai, com direito a área vip e tudo. Você pode imaginar minha frustração,
Se tem uma dica que posso dar é que não tenham medo de investir em shows. A satisfação é quase que garantida, retorno certo. Digo pra mim que prefiro gastar para ir a um show do que ir a um jogo do meu time, que pode perder em campo. Pra isso, vejo de casa. E não tenham vergonha de serem felizes. Essa felicidade inclui usar uma pochete por baixo da camiseta, para você colocar algum dinheiro, celular, documentos pessoais e uns pacotes de bolacha para o caso de dar fome. Melhor do que colocar isso no bolso da calça, onde alguém possa te tomar. A gente vai aprendendo, apesar que acho estar ficando velho para esses eventos que são divertidos, ao mesmo passo que são cansativos.