Curioso através de minhas lentes de vidro, me reviro do avesso, como um peixe nada em um pote, às voltas com minha curiosidade que não cessa. A dúvida, infinita como aquele azul que encanta, me engana e me encana o juízo, me prendendo em um par de globos perfeitos e lindos como o planeta água visto do espaço.
No universo sideral da cor mais quente, o contraste do tom do sangue se faz presente. O marsala da paixão maltrata após a hipnose bem sucedida por olhos tão azuis. Sigo capotando em dúvidas, ainda que seja indiferente à resposta.
Nada tornará tal combinação menos perfeita ou menos natural. Ouso afirmar que gostaria de fitar de perto a beleza dessa combinação, com olhos nos olhos e me manchando de marsala de acordo com a vontade de uma boca que me seca a garganta.
Natural é aquilo que pertence ao que vejo. Mais do que isso, é a quem de direito e de fato pertence e domina tamanha beleza. Apego-me à insensatez que me segue para continuar meu caminho. Os pensamentos seguirão comigo em segredo, em um cofre dos sonhos de combinação intrigante, tais quais aqueles olhos e boca, tais quais aquelas cores.
Poético.