Murphy Days

Murphy, o arrombador de carros – Parte II

Escrito por Mayara Godoy

Poderia ser uma história simples, comum e corriqueira. Carros são assaltados todos os dias no país inteiro. Mas, com Murphy, nada é tão simples assim.

ou: O dia em que eu pedi informação para um morador de rua.

Poderia ser uma história simples, comum e corriqueira. Carros são assaltados todos os dias no país inteiro. Mas, com Murphy, nada é tão simples assim.

(Se você não tem a menor ideia do que eu estou falando, dê uma pausa e leia este texto aqui)

Pois bem, o que fazer quando você não consegue entrar na sua própria garagem, porque os meliantes roubaram seu controle do portão (e o prédio não tem porteiro de madrugada)? Deixar o carro num estacionamento, pensei.

Encontrei, então, um estacionamento 24 horas e guardei o carro lá, já que obviamente era inviável que ele passasse a noite na rua. No dia seguinte, que era um domingo, eu precisava buscá-lo para guardá-lo na garagem, e para isso eu pedi o controle do portão emprestado da vizinha.

Fui até o estacionamento, a pé mesmo, pois era razoavelmente perto da minha casa, com apenas o cartão do banco no bolso. Mas é óbvio que, para minha surpresa, ao chegar lá, o estacionamento não aceitava pagamento em cartão.

Neste momento, preciso fazer uma pausa: gente, pelo amor de tudo o que é mais sagrado, estamos em 2016!!!

Ok, desabafo feito, continuando.

Tive, então, que partir à procura de um banco para sacar dinheiro, para poder “resgatar” meu carro. Por causa de míseros R$ 22, você não sabe o quanto eu caminhei para chegar até aqui – quer dizer, para achar um banco. (Mas Murphy sabe)

Quando finalmente achei, “por algum motivo estranho” as portas estavam trancadas e eu não conseguia entrar.

Eis que, então, um morador de rua que dormia na calçada, perguntou:

_ Moça, o que você está procurando?

_ Estou tentando entrar no banco.

_ Então você tem que dar a volta na quadra, porque aqui é o lado de trás.

Talvez, eu não tenha sido a única pessoa a confundir as entradas do banco. Ou, talvez, eu só estivesse com muita cara de louca mesmo. Mas, pelo sim ou pelo não, este foi o dia em que eu pedi informação para um morador de rua – ou melhor, ele ficou com pena de mim e me deu informação.

Parece fanfic de esquerda. Mas não é.

Eu estava lá. E não foi lindo.

E seria bom se essa história terminasse aqui, mas, depois de tudo isso, ainda houve mais alguns episódios murphyanos, que vou elencar em tópicos para evitar escrever uma Parte III:

  • Encomendei um novo controle do portão. O controle veio com defeito;
  • Mandei trocar o vidro quebrado, e dois dias depois descobri que havia estragado a máquina de outro vidro (provavelmente também foi forçado durante o roubo);
  • Olhando mais atentamente, vi que foi utilizado um pé-de-cabra para arrombar o carro, e assim amassaram a lata e riscaram a pintura.

É, meus amigos, desgraça pouca é bobagem. Prejuízo também.

Sobre o autor

Mayara Godoy

Palestrante de boteco. Internauta estressada. Blogueira frustrada. Sarcástica compulsiva. Corintiana (maloqueira) sofredora. Capricorniana com ascendente em Murphy. Síndrome de Professor Pasquale. Paciente como o Seo Saraiva. Estudiosa de cultura inútil. Internet junkie. Uma lady, só que não. Boca-suja incorrigível. Colunista de opiniões aleatórias. Especialista em nada com coisa nenhuma.