ou: O dia em que eu pedi informação para um morador de rua.
Poderia ser uma história simples, comum e corriqueira. Carros são assaltados todos os dias no país inteiro. Mas, com Murphy, nada é tão simples assim.
(Se você não tem a menor ideia do que eu estou falando, dê uma pausa e leia este texto aqui)
Pois bem, o que fazer quando você não consegue entrar na sua própria garagem, porque os meliantes roubaram seu controle do portão (e o prédio não tem porteiro de madrugada)? Deixar o carro num estacionamento, pensei.
Encontrei, então, um estacionamento 24 horas e guardei o carro lá, já que obviamente era inviável que ele passasse a noite na rua. No dia seguinte, que era um domingo, eu precisava buscá-lo para guardá-lo na garagem, e para isso eu pedi o controle do portão emprestado da vizinha.
Fui até o estacionamento, a pé mesmo, pois era razoavelmente perto da minha casa, com apenas o cartão do banco no bolso. Mas é óbvio que, para minha surpresa, ao chegar lá, o estacionamento não aceitava pagamento em cartão.
Neste momento, preciso fazer uma pausa: gente, pelo amor de tudo o que é mais sagrado, estamos em 2016!!!
Ok, desabafo feito, continuando.
Tive, então, que partir à procura de um banco para sacar dinheiro, para poder “resgatar” meu carro. Por causa de míseros R$ 22, você não sabe o quanto eu caminhei para chegar até aqui – quer dizer, para achar um banco. (Mas Murphy sabe)
Quando finalmente achei, “por algum motivo estranho” as portas estavam trancadas e eu não conseguia entrar.
Eis que, então, um morador de rua que dormia na calçada, perguntou:
_ Moça, o que você está procurando?
_ Estou tentando entrar no banco.
_ Então você tem que dar a volta na quadra, porque aqui é o lado de trás.
Talvez, eu não tenha sido a única pessoa a confundir as entradas do banco. Ou, talvez, eu só estivesse com muita cara de louca mesmo. Mas, pelo sim ou pelo não, este foi o dia em que eu pedi informação para um morador de rua – ou melhor, ele ficou com pena de mim e me deu informação.
Parece fanfic de esquerda. Mas não é.
Eu estava lá. E não foi lindo.
E seria bom se essa história terminasse aqui, mas, depois de tudo isso, ainda houve mais alguns episódios murphyanos, que vou elencar em tópicos para evitar escrever uma Parte III:
- Encomendei um novo controle do portão. O controle veio com defeito;
- Mandei trocar o vidro quebrado, e dois dias depois descobri que havia estragado a máquina de outro vidro (provavelmente também foi forçado durante o roubo);
- Olhando mais atentamente, vi que foi utilizado um pé-de-cabra para arrombar o carro, e assim amassaram a lata e riscaram a pintura.
É, meus amigos, desgraça pouca é bobagem. Prejuízo também.