O ser humano é – dizem – o animal mais inteligente que habita a superfície da terra. Ou, pelo menos, é o que mais exibe essa sua dita inteligência para os outros. Olhem, golfinhos, nós temos carros automáticos, e vocês não.
Mas existe uma espécie que, não importa o quanto o homem seja inteligente e tenha criado satélites e a internet sem fio, ainda é capaz de nos submeter às situações mais vexatórias possíveis e imagináveis: ela mesma, a barata.
Escrevo este texto para contar a vocês minha mais recente experiência Murphyana – desta vez, envolve o reino animal.
Dia desses, fui perturbada em meu sagrado momento de sono, não por um pernilongo, não por um cachorro latindo na vizinhança, não por uma festa próxima à minha casa: por algo muito, muito pior: uma barata voadora.
Dormia eu, na paz e na tranquilidade de meu lar, quando, sorrateiramente, uma experiente, habilidosa e perniciosa barata fez um pouso de emergência no meu braço.
Esse é o tipo da situação pelo qual o ser humano não espera, e no qual ele também não sabe como agir.
Diz aí Mayara o que cê vai fazer?
Poderia eu gritar? Seria a reação natural, mas eu acordaria a casa inteira, inclusive meu sobrinho que dormia no quarto ao lado – e, se tem uma coisa que eu aprendi é que, se uma criança está dormindo, faça o possível para não acordá-la.
Poderia eu matar a barata? HA HA HA! Ela é mais rápida que fofoca sobre ex-namorado, mais ardilosa que vilão de novela mexicana, mais engenhosa que brasileiro fazendo gambiarra. Mal deu tempo de eu acender a luz e ela já sumiu novamente por entre as minúsculas arestas entre os móveis.
Fiz o que qualquer adulto na minha situação faria: entrei em pânico e não dormi mais. E aceitei que, nesse tipo de circunstância, somos impotentes. A barata é a suprema evolução das espécies proposta por Darwin. Vamos pedir para o Elon Musk nos ajudar a procurar outro planeta, porque este aqui já tem dono donas.