Ainda é dia e os trailers da Avenida 3 já começam a abrir suas janelas. Sobre a grama, as crianças de blusinhas coloridas chegam com bolas e vontade de brincar.
E ainda é dia.
A mulher trouxe as duas filhas, de 11 e 3 anos, acho, para ajudar a montar o pula-pula. Debaixo da grande árvore central, o jovem professor finca bandeirinhas no chão. A aula será puxada!
Na pista, o marido desiste de segurar o cachorro de porte médio pela coleira, solta o animal e vê, já tarde demais, o seu grande erro: o cão corre atrás de uma cachorrinha, de outro casal. Foram precisos oito braços para separar.
Pelo caminho, um dos enfeites do Natal, uma estrela dourada de um metro de braço, jaz em um canto esperando reparo.
Na academia ao ar livre, a moça com Down se esmera em ajeitar o longo rabo-de-cavalo preso em uma xuxinha rosa. O cabelo atrapalhava o exercício.
Ao longo da encosta, quadrados de papelão esperam por bundinhas infantis para cumprir sua função: dar alegria e vento no rosto da meninada. O mesmo vento (este traidor!) que acusou o produto queimado a poucos metros no cigarro dos dois adolescentes desavisados.
Na última curva, enfim, os casais conseguem separar os dois cães e o trailer de pastéis começa a fritar os primeiros salgados.
Ainda é dia e estou só na primeira volta…
Muito bom! Dei um belo passeio no parque!