Cerveja, Mulher e Futebol Correspondência

As raízes de um jardim chamado vida

Escrito por Letícia Nascimento

O jardim que floresce aqui é feito de mulheres, suas raízes, seus caules e flores, crescendo e espalhando sua força. Esse é o jardim chamado vida.

Pense em um imenso e colorido jardim. Muitos aromas e cores de flores diferentes. Gerânios, margaridas, peônias, violetas, tulipas, rosas, amores-perfeitos, azaleias, dálias, lírios, orquídeas, hortênsias… uma vastidão de enlouquecer floricultores. Para muitas pessoas, as mulheres, com suas belezas e vivências únicas, poderiam ser representadas pelas flores desse jardim. Para mim, as mulheres são as raízes de cada uma delas.

Alicerces de suas próprias vidas e dos caules que as rodeiam. Ramificadas em um terreno fértil de criatividade, competência, coragem. Que adubam o cotidiano com força para lidar com as intempéries mais injustas de um mundo hostil ao solo intenso e rico que só as mulheres podem cultivar. 

Raízes que produzem troncos resistentes que geram frutos tão importantes para o desenvolvimento das coisas, para os meandros da vida. Com sementes que são polinizadas e carregadas pelo vento das gerações futuras, em um ciclo que nos faz acreditar que tudo ainda vai ser muito melhor.

Nesse jardim, cresço ao lado de muitas mulheres incríveis. Que se auto-irrigam todos os dias, sem abrir mão de receber água de outros regadores, assim como substratos repletos de sororidade, empatia e respeito. 

Mulheres que não arregam sob o sol forte, tampouco se dobram perante a tempestade. Mulheres que ajudam a recolher minhas folhas quando se despedaçam. Mulheres que não ficam estáticas em vasos, nem são jogadas como buquê. Mulheres que crescem, todos os dias, firmes e fortes, em uma terra sagrada de compreensão que só nós, mulheres, sabemos manter e fazer florescer. 

Agradeço a todas as raízes que me fazem companhia neste incrível jardim chamado vida.

Sobre o autor

Letícia Nascimento

Jornalista por formação, redatora por rotina, roteirista de alma, deseja um dia ter a audácia de se intitular escritora. Ama bebês, cachorros e fofuras em geral. Cinéfila que assiste de tudo, viciada em séries e leitora apaixonada. Possui todos os distúrbios possíveis do sono, luta contra a ansiedade crônica e a fibromialgia com humor e acidez. Parece jovem mas joga gamão nas horas vagas.

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