Coisas que eu sinto falta na quarentena:
A emoção de não saber se eu vou chegar ao ponto antes do ônibus, junto com o ônibus ou exatamente cinco segundos depois de ele sair, que foi o tempo que eu demorei escolhendo uma camisa.
Reclamar do ônibus lotado, do engarrafamento da Faria Lima, do pessoal que para na porta impedindo os outros de saírem e de gritar “SEGURA AÊ QUE VAI DESCER, PILOTO!”.
Daquele ritual de chegar ao trabalho, dar um bom dia coletivo, fazer meia dúzia de comentários aleatórios sobre a rodada do futebol do dia anterior, pegar meu copo e minha caneca e colocar aquela água fresquinha e aquele café com gostinho de ontem.
De sair pra almoçar nas ruas da Vila Olímpia e me estressar com os farialimers uniformizados (camisa azul clara e calça preta) que insistem em andar fazendo “linha de impedimento”, com quatro pessoas, um do lado do outro, travando a passagem.
De ver aquela nuvem pesada chegando ao horizonte, por volta das 17h, e pensar “eu devia sair agora, pra evitar a chuva e o engarrafamento”, mas desistir por saber que as pessoas vão me olhar errado se eu simplesmente fizer a coisa mais sensata.
De chegar à academia lotada, de noite, revezar todos os aparelhos, demorar o dobro de tempo pra malhar, mas interagir minimamente com outras pessoas que podem até ajudar nos exercícios.
De chegar em casa cansado, tomar um banho, jantar e pensar “bem que amanhã eu podia ficar em casa”.
P.S.: Fiquem em casa. #fiqueemcasa
[…] possibilidades de companhia nos foram tiradas, e a solitude nos foi forçada, transformando-se, assim, em solidão, pura e […]
[…] em sua vigília diária, já sinto falta. Ele é uma das minhas poucas companhias neste home office solitário. É como se a gente conversasse só pelo […]
Coisas básicas como sentar numa padaria e pedir um pão com manteiga e um café forte, cumprimentar o cara sentado ao lado… interagir…Tudo passa.