Crônico Repórter

MST – A luta do campo

Escrito por Leandro Duarte

A gente precisa exaltar os nossos, a gente precisa apoiar a luta do campo. Ocupar, resistir e produzir!

Entre os inúmeros absurdos desonestos difundidos por essa linha de ‘pensamento’ estúpida e criminosa da nossa podre direita Bolsonarista, está o ataque às bandeiras e às organizações populares que tanto fazem pelo nosso povo.

O foda é que muitas vezes a gente se concentra apenas em atacar esses arrombados e esquece de enaltecer os nossos. Eu mesmo já passei sei lá quantas semanas aqui mandando o Bolsonaro e sua família tomarem no cu, e percebi que nunca falei do MST, por exemplo.

Nunca falei sobre o quanto esses companheiros do campo fazem pela luta em busca da dignidade do nosso povo, em busca do direito de produzir, em busca do direito pela terra. Uma luta muitas vezes violenta e que vitima muitos dos nossos.

Aqueles trabalhadores camponeses assentados sob lonas pretas e bandeiras vermelhas, que representam o sangue que corre nas veias do nosso povo, e que muitas vezes mancha o chão de terra durante ataques covardes de jagunços do latifúndio.

A luta pela terra data desde o fim da escravidão no país, mas é no final dos anos 70, início dos anos 80, que a luta pela terra se intensifica no Brasil, e os primeiros acampamentos surgem no Rio Grande do Sul. Em meio à monstruosa ditadura militar, o acampamento da Encruzilhada Natalino surge como símbolo de resistência camponesa e mostra ao mundo que a luta pela democracia deveria obrigatoriamente passar pela luta em favor de uma urgente reforma agrária justa. O povo do campo se mostrou. Que orgulho desse povo.

Em meados da década de 80 surge oficialmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e, em meio à luta pelas Diretas, e em seu primeiro congresso em 85 afirma que sem reforma agrária não há democracia.

No início dos anos 90, já vivíamos uma “democracia”, no entanto, a repressão do Estado e do latifúndio se torna mais violenta, obrigando uma atuação mais organizada e incisiva dos movimentos pela terra. Ocupar, resistir e produzir foi o mote do segundo congresso nacional do MST. Garra!

FHC, esse vagabundo que a direita tenta regularmente empurrar para o nosso lado, e seu governo declaradamente neoliberal reforçam a propaganda de que o MST se tratava de uma organização criminosa que invadia terra produtiva. Maldito. Vanessa dos Santos Silva, 7 anos, alvejada pela polícia enquanto fugia, de mãos dadas com sua mãe, da barbárie de Corumbiara. Todos devem carregar essa dor.

Os governos petistas de fato amenizaram as dores desse povo, mas pouco foram efetivos para a construção da reforma agrária, e não podem estar alheios aos ataques sofridos pelo MST, como o Massacre de Felisburgo, em que cerca de 200 famílias viram seus barracos e escolas queimarem nas mãos de Chafik e seus pistoleiros. Luto e luta pelas vidas perdidas.

Mesmo com todo o ataque e sofrimento imposto a esse povo, a luta segue, os camponeses resistem. Afinal, me diga algo mais motivador do que não ter saída? Os trabalhadores do campo e o próprio MST tiveram de se reinventar para seguir na luta. É papel de cada um de nós apoiar e contribuir para essa luta.

O MST tem atuado forte nas redes sociais, mostrando seus avanços nessa luta que não é mais apenas pela terra, é uma luta pela ecologia, pela nutrição, pela agricultura familiar, pelas minorias, pela distribuição de renda, pela democracia. Acompanhe e apoie o MST nessas iniciativas, se informe.

Acesse www.mst.org.br

Sobre o autor

Leandro Duarte

Leandro, 33 anos, ganha a vida em projetos e TI, talvez por isso sem a menor paciência para toda essa bobagem nerd e cultura pop. Em resumo, inadequado. Grande demais para a poltrona do ônibus de todos os dias.
Pequeno demais para sorrir de tudo. Velho demais para um banho de chuva; muito novo para temer o resfriado. Direto demais para a palavra escrita, e de menos para se fazer compreender. Humano demais para viver de tecnologia. Humano de menos para largar tudo. Comunista demais para os dias de hoje. Comunista de menos para o que é preciso ser feito.
Mesmo inadequado, segue peleando. Como era de se esperar, falhando miseravelmente.

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