Texto enviado pelo leitor Vinícius Cabrera
Dia desses, li uns bons textos e publicações de amigos sobre futebol e deu um clique aqui…
Os textos falavam sobre estagnação, glorificação de épocas passadas e o apático e repetitivo jornalismo de mesma pauta que é gerado por isso.
O clique veio e aqui vai minha opinião. Estagnação e glorificação do passado é justamente o que nos levou ao estado que estamos hoje…
“O Brasil ficou pra trás por causa da corrupção, na época da Ditadura é que teve desenvolvimento no país!”. Quanto desse discurso a gente já viu por aí? Quantos cidadãos de bem já bostejaram essa pauta?
Quantos “ignorantes” – uso aqui a palavra em seu sentido literal (não sabe qual é? Vai procurar! 😉 ) – foram arrebatados por essa promessa, pautada em saudosismo, da volta dos tempos áureos? Da volta ao desenvolvimento, da salvação do Brasil? Aliás, podem ver, o Brasil sempre precisa de um herói para acabar com as mazelas do governo anterior e elevar nosso país como nação… de novo, a mesma pauta.
O Brasil é um país de mesmas pautas, jornalismo de mesma pauta, política de mesma pauta, coitadismos diversos de mesma pauta.
Enquanto a gente, eu, você, seu pai, seus amigos e seus colegas de trabalho e todo mundo não acordarmos – COLETIVAMENTE – e vermos que nós somos parte do problema, por ignorância, convicção ou apatia, seremos um país estagnado e da mesma pauta, mesmos problemas e com os mesmos políticos-heróis tão (des)necessários.
Brasileiro é um povo saudosista descabido e desmiolado, no campo político sente saudade do que não viveu e não consegue evoluir pra algo novo e se desvencilhar dos grilhões do coronelismo.
Prega tanto essa necessidade de liberdade que nem percebe que é escravo da própria visão obtusa que tem.
A grande diferença entre a nossa política e o nosso futebol é que no passado do futebol tivemos grandes e diversas graças e na política somente grandes desgraças.
A grande semelhança é que atualmente ambos, além de andarem de mãos dadas, não se renovam, vendem os mesmos discursos com uma roupagem diferente e se desgastam.
A sorte é que o povo sofre de Alzheimer social, só a memória recente é destruída e aquela ilusão de “antigamente não era assim” permeia.
Boa sorte pra nós, se é que vamos lembrar que precisamos dela.
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