Todo filme de romance termina do mesmo jeito: flores, vestido branco, juras de amor eterno, casal unido pintando o quarto do bebê. É quase um consenso entre os escritores de “finais felizes” na ficção.
Ocorre que fomos enganados a vida inteira por este conceito de “final feliz”. Na verdade, a oficialização de um relacionamento – seja na igreja ou no cartório oficial da atualidade, também conhecido como Facebook – não é o final, e sim o começo.
E os começos, sim, costumam ser muito felizes. A adrenalina, a endorfina, a paixão correndo pelas veias e tornando nossos dias mais leves… ah, a delícia dos primeiros dias de relacionamento, o sorriso bobo, as borboletas no estômago… não há sensação igual no mundo.
Mas, os anos passam, os boletos chegam, as dificuldades nos encontram, a paixão arrefece, o cotidiano nos esmaga, a rotina nos nocauteia, os desejos individuais mudam… e é aí que a verdade nua e crua começa a aparecer.
Algumas pessoas detêm uma incrível habilidade em manter relacionamentos saudáveis, felizes e duradouros. Ou qualquer coisa perto disso. Driblam as dificuldades, resolvem os problemas, resgatam a paixão, fortalecem o companheirismo, e prolongam o seu “felizes para sempre”.
Mas, nem todos somos assim tão afortunados, emocionalmente falando. Muitos de nós, por azar ou incompetência afetiva, acabamos mais cedo ou mais tarde vendo tudo desmoronar. E os finais, eles nunca são felizes.
Ao final, não há mais flores, champanhe ou álbuns de fotografias. Muitas vezes, o que sobra é só desentendimento, burocracia, caixas de mudança e uma avalanche de emoções para processar.
É claro que, depois de cada final, existe a oportunidade de recomeço. Finais infelizes também podem proporcionar a chance de novos começos felizes.
Ótimo texto! A vida real é assim mesmo!
Obrigada, Gabriela!! 🙂