Pensamentos crônicos

Dias de lutas, dias de luto

Escrito por Bruno Zanette

O momento segue desesperador e precisamos buscar meios de manter a saúde mental.

Há muito mais a lamentar que a comemorar em uma pandemia. Nunca pensei que o simples ato de assistir ao telejornal pudesse me causar tanto mal. Tenho evitado nos últimos dias, pela minha saúde mental. Mas, jornalista que sou, sempre acabo me informando dos fatos.

Em meio a tantos caos, com tantas mortes, sabendo que tantas delas poderiam ter sido evitadas se tivéssemos um governante com um mínimo de noção e uma população igualmente colaborativa, ao menos saber que nem eu, nem pessoas próximas a mim e a minha família foram contagiados pelo vírus mortal já é um sentimento de alívio – porém não muito, já que o risco segue aí, batendo na porta.

A vacina, ainda que aos poucos, dá esperança. Pelo menos acredito que poderei ver minha mãe vacinada. Quando chegará a minha vez, só Deus sabe.

Manterei os cuidados, embora a vontade às vezes seja de gritar. Alto, muito alto, o mais alto que eu puder, para tentar ser ouvido por algum salvador da pátria que me tire dessa aflição.

Procuro organizar os pensamentos em meio a tanta insanidade. Comecei a pandemia desempregado, consegui uma atividade que me permite sobreviver, mas quase me esgota ao máximo, mesmo sendo em home office. Para não surtar, embarquei em projetos pessoais alternativos. Meu primeiro livro vem aí e isso me deixa muito feliz.

Só que nem tudo são sorrisos. Acabo de vivenciar uma perda que para mim já era considerada alguém tão próxima e especial, em tão pouco tempo. Sempre acreditei que nada acontece por acaso, e o encontro de pessoas também não. Busco me fazer presente e dar o apoio necessário. Não sei quantos dias serão de luto, mas os dias de luta, esses nunca param.

O que temos para o momento são apenas saudades.

Sobre o autor

Bruno Zanette

Jornalista nascido e formado em Foz do Iguaçu-PR. Adora falar e contar histórias, por isso o rádio foi veículo onde mais trabalhou. Mas é na escrita onde costuma se expressar melhor. Gosta de um bom rock, livros, filmes e esportes (assiste bem mais do que pratica). Torce e sofre pelo Grêmio, não exatamente nessa ordem. Apesar de bem-humorado, gosta de piadas de humor bem duvidoso, e acha que a melhor maneira de rir é de si mesmo. Por isso, acredita que a própria vida poderá servir de inspiração para boas crônicas e contos. E tudo o mais que vier na telha para escrever.

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