Murphy Days

Murphy Calça Quadrada em: Lavando o Carro

Escrito por Rose Carreiro

Quais as chances de uma pessoa destruir um carro ao lavá-lo? Ou melhor, quais as chances de se fazer isso com uma bucha, um aspirador de pó e água, na garagem de casa? Pense nas possibilidades…

Quais as chances de uma pessoa destruir um carro ao lavá-lo? Ou melhor, quais as chances de se fazer isso com uma bucha, um aspirador de pó e água, na garagem de casa? Pense nas possibilidades…

Se o carro fosse meu, vá lá. Murphy anda comigo, não seria de se estranhar caso eu o incendiasse com o fio do aspirador. Mas felizmente o carro não é meu, o desastre não foi tão trágico. Por outro lado, o carro continua não sendo meu, o que quer dizer que alguém se ferrou por minha conta. E esse alguém foi ele, o digníssimo, o noivo azarado.

Era domingo, fui até o carro pra apanhar não sei o quê, e lá estava ela: a sujeira, esfregando na minha cara os cocôs de passarinho, os grãozinhos de terra, as florezinhas presas nas entranhas do banco de trás. Não me contive. Recolhi as ferramentas e parti pra cima!

Como eu ando numa vibe ecologicamente correta – cof! – resolvi que ia limpar tudo no braço mesmo, com um balde, uma esponjinha, um aspirador de pó e água. Teria como dar errado? Sim. Eu e minha insuficiência de ferro e vitamina B12 tivemos a grande ideia de usar uma Scotch Britte na limpeza das caquinhas decrépitas que ali habitavam…

Dentre as façanhas que só acontecem com essa que vos escreve (e com a Mayara), prendi o fio do aspirador de pó na roda traseira (please don’t ask me how), o que me fez crer que o carro se mexeu sozinho *enquanto eu limpava o freio de mão*. Em seguida, na tentativa de tirar o som do carro, o botão do rário misteriosamente sai na minha mão. Não bastasse isso, aspirei pedaços da tampa da caixa de som – eles estavam soltando, not my fault…e pra finalizar, meu esmalte do dia anterior estava embaçado e descascando. Mas o carro finalmente estava limpo.

Sujeira aspirada, cocôs lavados, tudo sequinho…e na segunda-feira, após um dia de orgulho por ter o possante brilhando, na hora de voltar pra casa: tcharam! Manchas. Manchas causadas pela parte amarela da esponja nos pontos onde eu esfreguei a titica. Além de não receber um agradecimento, ainda tomei um esporro. Economizei R$ 20 numa lavagem, perdi os R$ 20 que tinha gastado na manicure e só Murhy sabe quanto gastaremos em pintura.

Mais cagado que o carro, só a minha sorte.

Imagem: sempre dele, o azarado @mboitata

Sobre o autor

Rose Carreiro

Nascida num 20 de Outubro dos anos 80. Naturalmente petropolitana, com passaporte carioca. Flamenguista pé frio e expert em não se aprofundar em regras esportivas. Fã de Verissimo – o Luis Fernando – e Nelson, o Rodrigues (apesar de tudo). Poser. Pole dancer com as melhores técnicas para ganhar hematomas. Amadora no ofício de cozinhar e fazer encenações cômicas baratas. Profissional na arte de cair nos bueiros da Lei de Murphy.