Canto dos contos

O Caso do Prato Giratório

Escrito por Leitor / Leitora

João Albuquerque conseguiu realizar seu texto de virar chef. Mas, o que ele não sabia, era que ser chef(e) vai muito além de apenas dar ordens.

Conto enviado pelo leitor Bruno Leo Ribeiro

Quando tinha 12 anos, João Albuquerque decidiu que queria ser chef de cozinha.

Sua mãe e seu pai sempre colocavam o João pra cozinhar desde cedo.

Ele observava sua mãe, que lhe dava instruções precisas de como cortar cebolas perfeitas.

Ele seguia exatamente o que sua mãe e seu pai diziam.

Seu sonho era ter a mesma responsabilidade para instruir os outros em um restaurante sofisticado.

Quando fez 18 anos, conseguiu um emprego em um restaurante na esquina perto de casa.

Ele começou limpando o chão. Depois lavou os pratos. Depois, foi promovido a descascador de batatas e cenouras.

Ele foi crescendo até receber uma oferta para cozinhar pela primeira vez.

Agora, ele podia finalmente fazer o que fazia em casa, mas recebendo por isso.

Ele começou a pular de restaurante em restaurante, melhorando seu salário e aumentando suas responsabilidades e reputação.

5 anos depois de começar, ele conseguiu a primeira oferta para ser “O” Chef.

No primeiro dia no novo restaurante, ele começou seu discurso para todos os funcionários:

“Olá, pessoal! Meu nome é João Albuquerque e estou muito feliz de estar aqui pra dizer exatamente o que vocês devem fazer!”

Afinal, ele ralou um bocado e agora merecia toda aquela responsabilidade.

“Estou aqui para dizer o que vocês vão cozinhar e compartilhar minhas ideias. Vocês serão gratos no final de cada noite. Eu tenho muito para ensinar e eu quero fazer desse restaurante o melhor da cidade, e ganhar o máximo de reconhecimento possível. Vambora!”

Ele instruiu todos na cozinha sobre o que cozinhar.

“Faz assim! Não! Faz desse jeito aqui!”

Todas as pessoas na cozinha o odiaram.

Quando os primeiros clientes chegaram, João começou a gritar com todos sobre o que fazer.

Mas os pratos foram sabotados pela galera da cozinha.

As primeiras reclamações começaram a chegar, e o gerente do restaurante começou a ficar sem paciência.

Mas, e as ideias do João? Aquele Chef tão genial? O que estava acontecendo?

O gerente não aguentou o primeiro dia e demitiu João.

João não sabia o que tinha dado errado.

Ele foi embora triste e voltou para a casa dos seus pais.

Ele tinha perdido a paixão pela cozinha.

Na manhã seguinte, quando acordou, seus pais já estavam preparando o almoço.

“Bom dia”, disse João.

Sua mãe apenas respondeu:

“João, dá pra cortar a porra da cebola para mim?!”

Sobre o autor

Leitor / Leitora