Pensamentos crônicos

Um espelho chamado misantropia

Escrito por Breno Amaro

Se a gente parar para refletir, o ser humano poderia (e deveria) evoluir muito. Mas, na prática, não é bem o que observamos.

Outro dia, eu estava olhando pro espelho, refletindo, e percebi como o ser humano é cheio de falhas.

A gente tinha tudo pra ser uma espécie desenvolvida, emancipada dos nossos instintos primitivos de ódio e violência.

Mas, a impressão que dá é que, quando estávamos dando alguns pequenos passos na direção certa, escorregamos na nossa própria e verdadeira natureza e voltamos dez casas no jogo da evolução.

Nós não vemos outro ser da nossa espécie como um semelhante, na luta pela igualdade, pela perpetuação ou continuação da espécie. Mas como um rival nessa mesma luta.

Se ele tem, eu tenho que ter. Se ele não tem, eu também tenho que ter para ser melhor. Se eu não tenho e não sei como ter, eu vou tomar o dele para que ele não tenha. Se ele vive, eu não posso viver. Se eu viver, ele tem que morrer.

Em escalas maiores e menores, o ser humano é cínico, ganancioso, fútil e mesquinho.  

Sim, claro que temos, tivemos e teremos exceções. Numa amostra de 7 bilhões (e contando) dá pra salvar uns 2 ou 3 (mil?). Talvez menos. Bem menos.

Há quem ainda tenha esperança. Talvez não seja o meu caso. A nossa espécie pode até durar, sobreviver e durar mais algumas dezenas de anos, mas nunca vai merecer.

Pelo menos, não enquanto não olharmos para um espelho e percebemos que “refletir” não é só sinônimo apenas de pensar, mas de olharmos para nós mesmos.

Sobre o autor

Breno Amaro

Oi, eu sou o Breno. Carioca, redator, flamenguista, fã de surf, do Philadelphia Eagles e de Cavaleiros do Zodíaco. Faixa preta em Mortal Kombat e bi-campeão do World Series of Pavê 2015-16, comecei a escrever porque nunca aprendi a desenhar. Eu me fantasio de Ryu, de Ivan Drago e de Tigre no carnaval. Uma frase? “Trabalhe com o que ama e você nunca vai precisar trabalhar na vida, porque vai morrer de fome”. Escrevo sobre tudo o que passa na minha cabeça, sobre tudo que acontece na minha vida e, sobretudo, sobre nada. Meu cachorro se chama Bolinho.