Miga, sua louca, você não tá louca!
Suas DRs não precisam te deixar duvidando do que você acredita e sente que está passando. Se impor não é sinônimo de ser escrota. Exigir o mínimo que acha que tem direito não é querer demais. E se te tacham de louca, isso é obra do tinhoso – ou do machismo – e tem até nome chique: gaslighting.
Suas palavras são distorcidas quando discute uma necessidade e você fica como a doida da história? Você fala que quer sentir paixão e ouve do outro que isso é coisa de filme? Expõe uma falta, de volta recebe um monte de críticas no melhor estilo “parece que o jogo mudou, não é, queridinha?”, e sai se sentindo a errada e/ou desequilibrada? Welcome to my life. Melhor, bem-vinda à nossa vida. Minha, sua e de um monte de mulheres que são colocadas nessa posição de devaneantes pelos homens.
Parece que, se a gente esmiúça e aponta os motivos da nossa insatisfação, soa como se só quisesse “ganhar” a discussão. Se a gente segue a intuição e expressa uma ameaça, recebe um deboche ou um descrédito. Se a gente pede, está cobrando demais. Achar que merece além? Tá sempre insatisfeita com o que tem.
Cansei de ouvir que “a vida, os relacionamentos, as coisas são assim mesmo”. E lá ia eu pensar que era a louca de novo. Por querer ser feliz. Por não me conformar que a vida só podia ser isso.
Pois eu bem gosto de ser louca. Mas aquela louca de querer ser livre. De perder a vergonha e poder dizer o que eu gosto e o que eu quero, de não ter medo de me mostrar. Louca de ter vontade de satisfazer e de ser satisfeita. De ser selvagem, de me sentir eu, de me sentir vivendo mais do que sobrevivendo. Quero ser louca de perder a cabeça entre quatro paredes, e não pensar em ninguém, só no meu prazer. Essa é a loucura que eu alimento. E acho que você deveria fazer o mesmo. O resto, sua louca, é abuso.
[…] ausente. Eu sou aquela que já desistiu e a que ainda sonha. A que cala, e a que grita. A deusa, a louca e a […]