Sem meias palavras

Decidam-se!

Escrito por Thigu Soares

Decida-se. E, mais que isso: comunique-se.

Fazer um esforço hercúleo para deixar claro que tudo não passa de uma diversão é parte de um novo normal já antigo e batido, quase liquidificado, em tempos de relações líquidas.

  • Você não me deve satisfação, ok?
  • É legal quando a gente se diverte. 
  • Oi, @! Vamos nos ver?

Tudo normal e bem combinado, ao menos até a página dois do jogo. Se algo foge às expectativas que jamais foram ditas ao outro, o julgamento do par vem galopando, sem cerimônia alguma ou discussão. Entendo que talvez assim seja mais fácil, mas doeria dividir o que se sente ou espera?

Silenciosamente, cortam-se os vínculos, cria-se a crise e a vida segue falando mal daquele que sequer sabia de sua própria importância. O eleito traíra se retrai, descobrindo, logo quando tenta saber o que houve, que o problema foi ele. Além da brincadeira que fica gravada por quem nada escondia, resta a mágoa de quem poderia mudar a história do jogo apenas abrindo a boca.

Precisamos que se decida qual é a tática do nosso jogo da vida, pessoal. Sempre fica difícil compreender sinais que não chegam ou interpretar palavras que nunca são ditas. É preciso que haja uma clareza de sentimentos e pretensões um pouco mais eloquentes que o silêncio que sempre foi escutado. É preciso decidir o que quer, quem quer, como quer e falar isso pro outro. 

Assim, todo mundo sabe como ou se ficará cada tipo de coisa. Decidam-se. Melhor isso à acusação de uma crueldade inexistente. Decide sofrer e julgar quem se cala durante toda a jornada. Ainda que o baile siga, a vida corra e as águas percorram seus caminhos, sem que saibamos o que queremos, não chegaremos a lugar algum.

Sobre o autor

Thigu Soares

Um ex-jovem sempre velho que sonhou ser escritor. Blogueiro bissexto, cronista por vocação, "publicizeiro" totalmente por acaso. Intenso, exagerado, mal humorado, ácido e corrosivo. Leal, amigo e um pouco mentiroso. Flamenguista, carioca e pai de dois Pugs lindos. Luto contra a balança e brigo com a tarja preta. Já quis salvar ou o mundo, mas dá muito trabalho, mas dá preguiça… Mesmo sem fazer isso direito, tento seguir rabiscando como dá. É bom pra combater ou manter a loucura.

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