Sarah era uma catadora de lixo que morava em uma casinha pequena, que ela mesma construiu, em uma cidade abandonada de um mundo quase pós-apocalíptico.
A cidade foi formada em volta do lixão da única cidade que restou do país.
Sarah foi pra lá na esperança de uma vida um pouco melhor do que a vida na cidade superpovoada.
Depois de 10 anos morando ali, foi a única catadora que sobrou.
A cidade parecia um cenário distópico.
Acumulou-se tanto lixo, que ninguém dava mais conta. Todos foram embora.
Ela vivia do que encontrava naquela cidade fantasma.
Achava fotos, livros, resto de comida enlatada, relógios e todo tipo de coisa que as pessoas jogavam fora.
Seguiu sua rotina. Levantava, ia catar o lixo, separava tudo em categorias para levar para a fábrica de reciclagem abandonada e voltava pra casa.
Um belo dia, um homem apareceu na cidade.
Sarah se apresentou e o homem disse que se chamava Elias.
Sarah o levou pra casa, já que ele não tinha para onde ir, e mostrou tudo que ela já tinha catado.
Ele se encantou por ela.
Ela se encantou por ele.
No dia seguinte, eles acordaram e foram catar lixo juntos em uma parte mais distante do lixão.
Depois de algumas horas, Elias viu de longe uma muda de árvore crescendo.
“Meu Deus! Uma árvore! A humanidade está se regenerando!”, disse ele.
Sarah nem se lembrava da última vez que havia visto uma.
Elias parou e contou a verdade pra ela.
“A verdade é que eu trabalho pro governo e fico por aí procurando sinais se a natureza está se regenerando pra criarmos um plano pro futuro. ”
Sarah olhou pra ele e disse: “Mas foram vocês que cortaram a última árvore 15 anos atrás! Num fode, porra!”