Parecia que seria mais uma noite normal na plataforma de petróleo, até que eles chegaram. Vindos num feixe de luz, numa cápsula em forma de ovo. Falavam uma língua que não compreendíamos, mas pareciam amistosos: deixaram que interagíssemos com eles, que tirássemos fotos, que tocássemos em seus itens pessoais. Tão repentinamente quanto chegaram, partiram.
Poucos dias depois, os primeiros de nós começaram a adoecer. Nosso primeiro pensamento foi o de que tínhamos contraído uma bactéria alienígena, contra a qual nosso corpo não tinha defesas. Assustados, os que ainda não haviam sucumbido pediram ajuda. Quando o primeiro helicóptero chegou, já estávamos quase todos infectados. Para a equipe do helicóptero, estava claro, era tudo parte de um plano: vieram para nos enfraquecer, voltariam para nos dominar.
Após relatar a situação, o grupo do primeiro helicóptero recebeu a missão de deter a infecção a qualquer custo, mas já era tarde: também tendo sido vitimados, não tiveram como cumprir suas ordens. Não querendo arriscar perder mais homens, optou-se por um plano drástico: na calada da noite, um segundo helicóptero chegou, trazendo um único ocupante que, enquanto todos dormiam, providenciou para que um incêndio destruísse totalmente a plataforma, matando a todos nós. Tudo para que a epidemia não se espalhasse.
Sem conseguir dormir, presenciei enquanto ele arranjava nossas mortes, mas, já contaminado, nada pude fazer além de escrever essas linhas, que agora jogo ao mar na esperança de que alguém as encontre. Talvez meu esforço seja em vão, mas é preciso que todos saibam quais foram os efeitos da infecção alienígena, e por que era tão importante para eles detê-la: todos os infectados se mostraram incapazes de fazer mal a quem quer que fosse. Em nossos corações só havia amor.