Sem meias palavras

Unguento de nardo puro

Escrito por Nathalia Karl

Ao invés de aceitar o que nos é inconveniente, besuntemo-nos com o famoso e bíblico unguento de nardo puro e ignoremos o que nos faz mal.

Um raio gourmetizador de gratiluz vai passar na sua timelaje agora, já que vez ou outra nos sentimos obrigados por conveniência e rito social a dar atenção e a conviver com determinadas pessoas que são ou se revelaram pessoas do tipo desagradáveis. Mas esse conceito quase apostólico romano de ter que aturar carece ser urgentemente revisitado, pois não temos qualquer obrigação moral de manter por perto quem nos faz mal, porque isso é o que os estudiosos designaram como autoflagelo e que inegavelmente afetará de forma direta a tua saúde como um todo.

Esses mesmos referidos estudiosos constataram ainda que os maiores e piores picos de stress e preocupação derivam de coisas desnecessárias (aqueles comentários cretinos, por exemplo) e das pessoas desagradáveis (aquelas mesmas que vocês estão listando aí nesse exato momento). Mas, o elixir para a cura da sua alma, do seu espírito e quiçá de sua pele é ignorar franciscanamente isso tudo e valorizar apenas o que é agregador na vida, o que também não é tarefa fácil para amadores e iniciantes.

Infelizmente, nossa educação e discurso são de que ignorar é uma forma de desrespeito com o próximo, mas, na verdade, em tempos de guerra e cólera é preciso entender que esse é um ato de genuíno amor próprio e autorrespeito. Esse é aquele famoso e bíblico unguento de nardo puro que vai resgatar até a tua autoridade como pessoa.

Então, vos digo em verdade, fé e experiência de uma pessoa em eterno e intenso aprendizado: ignorem tudo o que é inconveniente. Façam descer o nardo em vossas vidas. Além de todas as virtudes tônicas desse bálsamo, você terá certeza que ainda ficará prazerosamente perfumado ao longo da vida, porque, como diz aquela célebre máxima do autor desconhecido: é pior ter a alma doente do que o corpo, porque os doentes do corpo apenas sofrem, ao passo que os doentes de alma, além de sofrer, fazem o mal.

Evitem.

Sobre o autor

Nathalia Karl

Nathália é uma vítima de suas próprias frases mal alinhavadas que lhe rendem um retrato falado que não corresponde a realidade.
Está lançado o desafio: Se não gostarem, processem-me.

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