Pensamentos crônicos

Sobre os “tá tudo bem”

Escrito por Leitor / Leitora

Está tudo bem, sim. Podem acreditar.

Texto enviado pela leitora Caroline Ramalho

Sabe, tá tudo bem quando não me entendem. De verdade, eu não me ofendo. Só outro dia ao me expressar sobre o quanto me senti sozinho quando um dos meus afetos me faltou em atenção. Aí eu quis compartilhar, pra medir a febre, entender se o que percebi fazia sentido.

Mas, sabe, tive a sensação de que minhas emoções foram educadamente invalidadas, como se não tivessem importância. Mas.. tá tudo bem, eu realmente não me ofendi. Eu não me ofendo, porque não me importo. É sério.

Entendi o lado de quem me ouvia e achei fazer sentido ter um novo olhar. Só achei estranho logo depois ter doído tanto meu maxilar. Diz meu dentista que, quando estamos com raiva, nosso instinto é por morder quem nos ofendeu e aí dói o tal do maxilar. Mas eu não tava ofendido, porque tava tudo bem. É sério.

Talvez eu tivesse mastigado com muita força durante o almoço e aí machucou a articulação. Normal. Uns dias depois essa conversa me veio à mente como se estivesse acontecendo agora. Parecia reviver um filme. Achei curioso… as emoções de ter sido deixado de lado continuavam ali. Senti um aperto no peito, de uma tristeza estranha, quase sem tamanho. Mas aí lembrei do que meu afeto havia me dito e pensei: realmente faz sentido! Tá tudo bem. Já passou. Eu não me importo, é sério.

Puxa, que dor de cabeça!

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