Sem meias palavras

Trainee

Escrito por Leandro Duarte

Racismo reverso é como o anarco-capitalismo ou a fada do dente. Não existe!
Se você ainda acredita, isso diz muito sobre sua maturidade.

Sempre achei esse termo, ‘trainee“, uma merda. Não passa de uma forma cafona que o tal mercado corporativo encontrou para classificar aqueles estagiários que não precisam fazer café. Enfim, ninguém liga para o que eu penso ou deixo de pensar sobre esses jargões de firma, o povo tá é puto mesmo com a tia Lu.

Vocês nunca irão me ver rasgando elogios pra nenhum grande empresário aqui. Ainda estou convicto de que, se eles acumulam tantos triunfos em seus informes financeiros, foi às custas da exploração do homem pelo homem, e vou morrer criticando essa forma de enriquecimento.

O ponto é que esse tal programa de trainee exclusivo para negros do Magazine Luiza incomodou mais “gente” do que as ameaças do velho da Havan aos funcionários que não votassem nesse verme que chamam de presidente.

E esse bando de racista filho da puta se traveste de arauto da justiça racial e espalha a injustiça do “racismo reverso” que representaria esse programa de trainee.

Antes de qualquer coisa, enfia essa fantasia de racismo reverso no cu. Enquanto no Brasil não tivermos 300 anos de brancos, como eu, sendo escravizados, marginalizados e tratados como bicho, não é você, playboy, que vai me fazer engolir essa narrativa estúpida.

Simples assim, o sr. Magalu apenas “percebeu” a óbvia incoerência no fato de que, em um país tão diverso, e de maioria negra, não faz sentido terem tão poucos negros em suas posições de liderança. Para corrigir essa distorção causada diretamente pela sociedade por séculos de escravidão, lançou um programa que visa a garantir uma maior equidade de raça em seus quadros.

Veja, o Magalu está apenas tentando corrigir uma distorção provocada por toda a sociedade, e isso deveria ser meta de vida de cada um de nós. Cada um deveria lutar ativamente pela igualdade e contra o preconceito. Não há mérito nessa luta, é nossa obrigação.

No mais, pau no cu do movimento anticotas, e fogo nos racistas.

Sobre o autor

Leandro Duarte

Leandro, 33 anos, ganha a vida em projetos e TI, talvez por isso sem a menor paciência para toda essa bobagem nerd e cultura pop. Em resumo, inadequado. Grande demais para a poltrona do ônibus de todos os dias.
Pequeno demais para sorrir de tudo. Velho demais para um banho de chuva; muito novo para temer o resfriado. Direto demais para a palavra escrita, e de menos para se fazer compreender. Humano demais para viver de tecnologia. Humano de menos para largar tudo. Comunista demais para os dias de hoje. Comunista de menos para o que é preciso ser feito.
Mesmo inadequado, segue peleando. Como era de se esperar, falhando miseravelmente.

Comente! É grátis!