Gabinete do Ódio

O direito de ler

Escrito por Leandro Duarte

Enfia essa taxação no cu, liberal desgraçado.

Quando eu falo que esses filhos da puta desse governo não têm vergonha nenhuma de mostrar os vermes que são, o radical sou eu. Ahtomanucu.

Nas semanas que antecedem o Dia do Livro, o governo genocida, através do Leão, volta a defender a taxação de 12% sobre os livros. Como de costume neste governo liderado pela mula que não se envergonha de sua ignorância, o argumento para defesa deste absurdo foi escolhido a pata. “Pobre não lê”!

Quem ensina, quem estuda, quem apenas se distrai com a leitura sabe o quanto é caro ler no Brasil. Há muito tempo que a desigualdade e a falta de incentivo do Estado torna o hábito da leitura um prazer de poucos. Mas é uma mentira asquerosa afirmar que apenas os ricos leem.

O Governo se utiliza da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em meados do ano passado, pra justificar sua falácia. Mas se esquece que a pesquisa tá disponível pra quem quiser ler, e não precisa ser um perito em educação para compreender que a enorme queda de leitores no país entre 2015 e 2019 foi ainda maior nas classes A e B. Esta mesma pesquisa mostra que cerca de 50% da população das classes C, D e E se consideram leitoras, e afirmam que o custo da leitura é um dos principais motivos que os impedem de ler mais.

Em 1988, Antonio Candido, em O Direito à Literatura, coloca a leitura como um dos direitos universais do ser humano. Percebe o retrocesso que vivemos, e percebe o potencial destrutivo desta estratégia política de tornar a leitura ainda mais inviável no Brasil? Lembra? A gente não quer só comida!

“Toda obra literária é, antes de mais nada, uma espécie de objeto, de objeto construído; e é grande o poder humanizador desta construção, enquanto construção”

Precisamos brecar imediatamente esse devaneio liberal que nos foi imposto goela abaixo. Este liberalismo do Tchuchuca se nega a discutir a taxação das grandes fortunas, sequer considera cobrar IPVA do tio da lancha, do jet ski no lago Paranoá, do helicóptero de farinha. Este liberalismo quer cobrar o IPVA da moto do mano que carrega mochila do iFood nas costas, do Palio 2002 do carro do ovo que passa aqui na rua de casa.

Esses arrombados querem tirar tudo da gente. E com a taxação dos livros querem arrancar até mesmo o direito de sonhar, e de compreender quem somos, quem a gente foi no passado, e quem a gente pode ser no futuro.

Mano, vai ler um livro, distribui em PDF pra galera. A gente precisa resistir, precisa estudar, precisa se preparar pra tomar logo essa porra. Como diria Lenin:
“Sem a teoria revolucionária, não há movimento revolucionário”

Sobre o autor

Leandro Duarte

Leandro, 33 anos, ganha a vida em projetos e TI, talvez por isso sem a menor paciência para toda essa bobagem nerd e cultura pop. Em resumo, inadequado. Grande demais para a poltrona do ônibus de todos os dias.
Pequeno demais para sorrir de tudo. Velho demais para um banho de chuva; muito novo para temer o resfriado. Direto demais para a palavra escrita, e de menos para se fazer compreender. Humano demais para viver de tecnologia. Humano de menos para largar tudo. Comunista demais para os dias de hoje. Comunista de menos para o que é preciso ser feito.
Mesmo inadequado, segue peleando. Como era de se esperar, falhando miseravelmente.

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