Gabinete do Ódio

Cavalo de Troia

Escrito por Leandro Duarte

Honra quem sempre esteve do teu lado, e vamos olhar com cuidado dente por dente e olho por olho desses cavalos velhos.

Nessa de “A cavalo dado não se olha os dentes” é que Troia perdeu uma guerra.

Estamos cercados de aliados de ocasião, já reparou?

Desde o momento em que o óbvio se fez presente e pisou na cara de muitos dos nossos inimigos históricos, o discurso desses malucos se abrandou.

O Dória pareceu sensato. Mas, colocar esse playboy e seu suéter no balde da coerência é um erro crasso. João, não dá uma dessa, João. Não vem aqui agora meter o louco. Tucano é um bicho engraçado, né? Muito fácil utilizar o discurso de valorização à ciência contra esse negacionismo boçal que se instalou no Palácio do Planalto.

Históricamente, os governos aqui no Tucanistão atacam violentamente o funcionalismo público, as universidades estaduais e os institutos de pesquisa do estado. Em meio à maior pandemia de nosso tempo, mesmo repetindo diariamente em suas coletivas vespertinas frases de efeito sobre a força da produção científica paulista, covardemente tentou repetidas vezes bloquear recursos e reduzir orçamento daqueles que tentam nos salvar. PL 529, PL 627, repetidas vezes este mesmo governo tentou tirar forças dos verdadeiros heróis. João covarde.

Amoêdo, ou Bolsonaro Personnalité levantou a voz contra os absurdos desse governo irresponsável. Muito conveniente. O óbvio fracasso econômico do Chicago boy bateu na porta, a água bateu na bunda, e não tava quentinha, não. Agora que os interesses daqueles que o banqueiro representa estão ameaçados, o Novo vira combativo. Novo. Que baita nome pra fazer mais do mesmo.

Huck. Dividido entre apoiar o Tucano do nariz nevado e humilhar e ridicularizar gente pobre em troca de uma reforma da Belina velha, da casa nova, com orçamento de marketing bem ajustado e lucrativo, claro. Luciano pede por humanidade à Besta que ajudou ardilosamente a construir quando apoiou o golpe. Depois me chamam de violento quando fantasio dar uma caibrada num maluco desses.

Tem até os sensatos post mortem. Bebiano, Olimpio. Não merecem qualquer reverência, vão se redimir lustrando os chifres do capeta.

Mano, tem vários desses bico querendo nossa confiança, fica alerta. Protege os seus, se protege. Quando essa merda toda de pandemia passar, e por mais que não pareça, ela vai passar, esses maluco vão te dar tapinha nas costas, vão dizer que vencemos. Vencemos é o caralho. Nós, o povo, o  estudante, o professor, o ambulante, o pedreiro, o operário, nada vai mudar pra gente. Na primeira oportunidade, vai descer um par de robocop desse cavalo de madeira e sentar a borrachada, a bomba, a bala nas costas que receberam tapinhas.

E no próximo navio que encalhar lá na casa do caralho, é a gente que vai pagar a conta da fragilidade desse sistema criminoso que venceu a Guerra Fria.

Sobre o autor

Leandro Duarte

Leandro, 33 anos, ganha a vida em projetos e TI, talvez por isso sem a menor paciência para toda essa bobagem nerd e cultura pop. Em resumo, inadequado. Grande demais para a poltrona do ônibus de todos os dias.
Pequeno demais para sorrir de tudo. Velho demais para um banho de chuva; muito novo para temer o resfriado. Direto demais para a palavra escrita, e de menos para se fazer compreender. Humano demais para viver de tecnologia. Humano de menos para largar tudo. Comunista demais para os dias de hoje. Comunista de menos para o que é preciso ser feito.
Mesmo inadequado, segue peleando. Como era de se esperar, falhando miseravelmente.

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