Desacato Licença Poética

Poesia

Escrito por Leandro Duarte

Hoje tem poesia. Trágica, mas, ainda assim, poesia.

O Dólar já tá beirando os cinco.
O povo apertando os cintos.
E você sabe que aqueles vagabundos
Falam merda na cara da gente.
Empregada conhecendo o mundo.
E aí, P.G., seu bosta. Além de preconceituoso, mente.
Com Dólar a 1,8 quem ia visitar o rato orelhudo
Era a classe média, que se achava rica e que elegeu a mula indecente.

A repórter é mulher e foi lutar contra notícia falsa.
O filho da mula do alto da sua grotesca estupidez engrossa o coro da farsa.
Os robôs do ódio se armam em uma estratégia clara de guerra.
O chão brilha de tanto pano passado pela família tradicional reaça.
E mais uma vez é a mina que tem de provar que é o filho da puta que chafurda na lama.
Chamas, chamas, onde estão as chamas?
Por muito menos esse país deveria queimar.

A mídia que, sejamos sinceros, sempre jogou seu jogo.
Sempre preferiu quem lhe parecesse mais amigável a seu coro.
Hoje se vê esmagada, atordoada em sem ter ao seu lado o povo.
O nosso karma em forma de mula, em um gesto digno de seu público
Faz banana para a mídia manca, atrás da gradinha de ferro.
Infantil, questionável, desrespeitoso? Não! É demonstração de poder, no fundo do poço.
As velhas decrépitas aplaudem o mito, conservadoras de Cristo.
Queria ter crença pra vislumbrar essas velhas derretendo no inferno.
Mas não, esse mundo não inspira fé.

O Dólar ta beirando os cinco.
O povo apertando os cintos.
O verme parasita prospera
Fazendo o que lhe foi encomendado.
Perpetuar o sistema de castas, escolhendo seu hospedeiro.
O liberal não tá nem um pouco interessado em servir o Estado.
Está só deixando cada um do seu lado.
O pobre com pobre, o rico com rico. Seu porco safado.
Eu quero seu fígado!

Sobre o autor

Leandro Duarte

Leandro, 33 anos, ganha a vida em projetos e TI, talvez por isso sem a menor paciência para toda essa bobagem nerd e cultura pop. Em resumo, inadequado. Grande demais para a poltrona do ônibus de todos os dias.
Pequeno demais para sorrir de tudo. Velho demais para um banho de chuva; muito novo para temer o resfriado. Direto demais para a palavra escrita, e de menos para se fazer compreender. Humano demais para viver de tecnologia. Humano de menos para largar tudo. Comunista demais para os dias de hoje. Comunista de menos para o que é preciso ser feito.
Mesmo inadequado, segue peleando. Como era de se esperar, falhando miseravelmente.

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