Gabinete do Ódio

Arroz em festa

Escrito por Leandro Duarte

O Agro é tech pra te pra vender mais, o Agro é pop pra te convencer que faz o bem, o Agro é tudo, porque tudo é dinheiro nessa porra.

Agro é Tech, Agro é pop, Agro é tudo.

Como se não bastasse essa tragédia que ainda atormenta todo o mundo, essa merda desse governo, através de seu desastroso devaneio liberal, impõe ao povo um aumento absurdo sobre itens centrais da cesta básica de todo brasileiro.

Nas últimas semanas, tivemos uma aula prática do ultraliberalismo do Garoto de Chicago.

Não, o corona não pode ser apontado como vilão do arroz, não é ao dono do supermercado que falta patriotismo. A questão é muito simples: o país empobreceu na mão desses filhos das putas, e esse empobrecimento se reflete no câmbio, e daí, parceiro, o Agro é foda.

Com o dólar custando mais que a honestidade de muito homem de bem, fica muito mais divertido vender em trumps. Plantar em real e colher em dólar é um baita negócio. O Agro é pop.

Era óbvio que a pressão sobre o câmbio teria consequências como essas. Eu não manjo porra nenhuma de economia, mas, caralho, você acha que o latifúndio ia deixar de lucrar seus milhões em dólar para defender o pão na mesa do povão? O mercado se autorregula, a métrica é sempre o lucro. O Agro é tudo, e tudo é dinheiro, se você não tem, você não é nada. O liberalismo é lindo.

Nessa farra de vender até a mãe pra alimentar gringo, o Agro tirou o arroz do nosso mercado, a queda da oferta pressiona os preços, e pau no cu do povo. A marmita e a mamata têm custado cada vez mais caro.

Enquanto nossa gente passa fome, o Agro está com o arroz em festa.

O imbecil com a faixa de presidente, contando com a ignorância dos integrantes do seu fã-clube, pede patriotismo aos donos de mercado para passarmos bem pelas pragas do Deus Mercado.

A gente tá fodido, molecada, vamos reagir.

Sobre o autor

Leandro Duarte

Leandro, 33 anos, ganha a vida em projetos e TI, talvez por isso sem a menor paciência para toda essa bobagem nerd e cultura pop. Em resumo, inadequado. Grande demais para a poltrona do ônibus de todos os dias.
Pequeno demais para sorrir de tudo. Velho demais para um banho de chuva; muito novo para temer o resfriado. Direto demais para a palavra escrita, e de menos para se fazer compreender. Humano demais para viver de tecnologia. Humano de menos para largar tudo. Comunista demais para os dias de hoje. Comunista de menos para o que é preciso ser feito.
Mesmo inadequado, segue peleando. Como era de se esperar, falhando miseravelmente.

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