Desacato Sem meias palavras

A Guerra, o fogo e a mula alada

Escrito por Leandro Duarte

O ano começou, parceiro, 2019 ainda pulsa e o mundo real queima.

O ano começou, parceiro.

Os amigos barburdos anunciam no fim do ano que descobriram piscininha nova de organismos ricos em carbono, mortos e soterrados a milhões e milhões de anos. Gatilho perfeito pra águia carniceira democratizar o entorno, tá ok?!

E vamos lá, poucas ideias com os barbas também, vagabundo enforca gay em praça pública! São tão sujos quanto os ianques.

O foda é que a sanha da águia está colocando o de todo mundo na reta, e porra, queria ver o Corinthians do Tiago Nunes.

Resta torcer para que cada qual derrube o rei inimigo e que durmam felizes em óleo e sangue.

Que sigam os memes, as provocações e a porra toda, rir de tudo é uma dádiva.

Cangurus em chamas, o mundo real queimando, o virtual assina petições e compartilha links das mais confiáveis fontes, DiCaprio lançando os plaquê de cem.

Absurdo. Cadê a Greta? Cadê Macron e a mulher feia dele? Mano, eles estão por todos os lados, só esperando a oportunidade, compartilhando seu saber cristão e quando menos se espera, Tey! “Esses índios aí também não são Santo não, quem procura, acha”.

Tem que combater essa parada, primo, na rua, no trampo, todo dia. Povo é alvo, não é flecha, não deixa eles se armarem.

Justiça para o povo Guajajara.

Os Cop mataram os moleques? Pisoteamento né, na viela, to ligado. Mas se tava lá não é santo, né? Que mãe permite filho no baile? Pronto, só misturar 15 minutos temos seu patê de desculpa. Chora, 17.

O ano começou, tio.

Mas o ano passado não larga. Oitenta tiros, meu consagrado, equívocos acontecem. A Família passeando no domingo, oitenta tiros. Que isso continue ecoando, em cada um. É necessário – Oitenta tiros, foi um equívoco.

Botaram fogo no mendigo. O mundo real tá queimando, rir de tudo é uma dádiva.

Enquanto isso, após postar reação análise de pronunciamento do Crush, nossa mula alada desembarca de seu avião presidencial em Congonhas e segue viagem voando em helicóptero até o Guarujá, no litoral paulista, onde deve descansar por 5 dias. A mamata acabou, 2019 não, e 2020 já tá bolado.

Sobre o autor

Leandro Duarte

Leandro, 33 anos, ganha a vida em projetos e TI, talvez por isso sem a menor paciência para toda essa bobagem nerd e cultura pop. Em resumo, inadequado. Grande demais para a poltrona do ônibus de todos os dias.
Pequeno demais para sorrir de tudo. Velho demais para um banho de chuva; muito novo para temer o resfriado. Direto demais para a palavra escrita, e de menos para se fazer compreender. Humano demais para viver de tecnologia. Humano de menos para largar tudo. Comunista demais para os dias de hoje. Comunista de menos para o que é preciso ser feito.
Mesmo inadequado, segue peleando. Como era de se esperar, falhando miseravelmente.

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