Canto dos contos

Uma Noite Inesquecível

Escrito por Guilherme Alves

Um encontro casual. Uma mulher de primeira. Um hotel de terceira. Uma noite inesquecível.

Alan nunca teve muita sorte com as mulheres. Por isso estranhou quando, naquela noite, no bar do hotel, uma verdadeira deusa parecia estar dando mole pra ele. Era a primeira vez em que ele visitava aquela cidade, não conhecia ninguém, e decidiu arriscar. Retribuiu seus olhares, sentou-se perto dela, pagou-lhe um drink. Conversaram, descobriram ter afinidades, decidiram subir para o quarto de Alan, que mal acreditava que aquilo pudesse estar acontecendo.

Tiveram uma noite mágica, pareciam feitos um para o outro. Ela gostava de tudo o que ele fazia, e retribuía fazendo-o sentir coisas que sequer julgava serem possíveis. Após horas de entrega, tomaram banho juntos, o que foi ligeiramente atrapalhado pelo fato de que a água saía quente demais, e ele não conseguia regulá-la de forma alguma.

Após o banho, com fome, decidiram pedir serviço de quarto. Enquanto aguardavam, sentaram-se na cama para assistir TV, o que levou Alan a descobrir que só estavam disponíveis os canais abertos. Mais de uma hora se passou e nada da comida. Alan telefonou para reclamar duas vezes, cada uma mais irritado que a anterior, dizendo que não era possível a refeição demorar tanto, que era um absurdo a TV só ter os canais abertos, que mal tinha tomado banho por causa da água quente demais, e que iria fazer uma resenha bem malcriada no site de avaliação.

Após desligar o telefone pela segunda vez, Alan reclamou com a moça que, se soubesse que o hotel tinha todos esses problemas, não teria se hospedado lá. Olhando em seus olhos com um sorriso malicioso no rosto, ela respondeu:

– Ih, relaxa. Sempre foi assim, desde que eu ainda era viva.

Sobre o autor

Guilherme Alves

Nascido numa tarde quente de verão no Rio de Janeiro, casado aparentemente desde sempre, apaixonado por idiomas (se pudesse, aprenderia todos). Professor de inglês porque era a única profissão que parecia fazer sentido, blogueiro porque gosta de escrever desde que a Tia Teteca mandava fazer redação. Coleciona DVDs, tem uma pilha de livros que comprou mas ainda não leu maior que uma pessoa (de baixa estatura) e um monte de jogos de tabuleiro que não tem tempo de jogar. Fanático por esportes, mas só para assistir, porque é um pereba em todos eles. Não se pode ter tudo na vida.

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